sexta-feira, 5 de junho de 2009

Copa do Mundo não é quermesse

Festa da vitória? Menos, gente. É hora de trabalho sério, com eficiência e honestidade para as 12 cidades escolhidas pela Fifa como sedes do Mundial 2014. Copa do Mundo não é quermesse. Nem desfile de bloco, de boi, de escoteiro… É o maior evento de todos os tempos em território brasileiro.

 

 

 

 

 

O Brasil tem as suas doze sedes para a Copa do Mundo 2014. Oba! Maravilha! Viva! Tudo bem comemorar um pouco, mas esta é, dispardo, a parte mais fácil da história. Espero que este clima de oba-oba transforme-se rapidamente em ação, energia, trabalho, coragem e organização. As doze cidades escolhidas têm que AGIR rapidamente. Com seriedade, HONESTIDADE, respeitando prazos e padrões altíssimos de qualidade. É preciso superar expectativas e, sem exageros, fazer melhor do que tudo o que foi realizado até hoje em nosso país.

Por ora, com aqueles videozinhos, aquelas animações gráficas dos escritórios de arquitetura, é tudo lindo, maravilhoso e facílimo. Basta um clique e pronto… As estruturas se erguem, os entornos se embelezam, o mundo fica perfeito e acabado. Ilusão. A realidade é muito mais complicada - e cara - do que clicar uma animaçãozinha de Mac. 

Vai ser barra pesada! Vai dar trabalho à bessa! Vai levar dinheiro pra caramba - e esperamos que este seja muito bem gasto. Vamos precisar em todas as áreas de gente qualificada, séria, competente, HONESTA e profissional. Não me venham, por favor, com políticos, amigos de políticos, amigo do amigo, indicados, curiosos, etc… De boa vontade o inferno está cheio! De má intenção então…Waaal!  

Não adianta fazer uns estadios “melhorezinhos” do que os atuais.

Não adianta ficar apenas nos estádios. É preciso trabalhar em urbanismo, transporte, estrutura, hotelaria, comunicações, marketing, aeroportos… Tudo com EFICIÊNCIA. Tudo com RESPEITO A PRAZOS. Tudo nos mais ALTOS PADROES internacionais. 

Quem já foi a um Mundial está careca de saber: Copa do Mundo não é quermesse de paróquia da esquina. Não é festa do peão. Não é desfile de blocos, nem de boi, nem de escolares ou escoteiros… Jogos Pan-Americanos? Ra ra ra! Não chegam nem perto. Quem já foi a uma Copa sabe do que eu estou falando.

Por isso, sem querer ser chato (e já sendo) me preocupa um pouco ver festinhas e políticos dando adeuzinho, comemorando a escolha de cidade-sede. Com respeito mas sem salamaleques, digo: não é pra rir, não, meu caro representante da populaçao. É pra ficar bem sério, bem preocupado. E agir. E rápido. Sem soluções mequetrefes ou as tradicionais ”guaribadas” de terceiro mundo. O desafio que apenas começa é muuuuito da pesada e superá-lo pode ser histórico para o nosso país.  

Trata-se um mega evento mundial, bilionário, que traz visibilidade, negócios, empregos, turismo, muda a imagem de um povo. Ou não. 

A Copa de 2014 é um evento sem precendentes na história do Brasil - e, por favor nem comentemos o Mundial de 50, que foi lindo, mas aconteceu em estádios de bairro, para 5 mil pessoas.  É diante de uma expectativa gigante e inédita que os dirigentes devem trabalhar. Eles não podem querer que fique legalzinho, bacaninha, que nem a festa tal que aconteceu em mil novecentos e tal. Não! Eles têm que agir para realizar algo que nunca foi feito no Brasil.

Acredito que é possível e torço para que tenhamos, de fato, uma Copa espetacular. Mas é bom começar a agir rápidamente. Ou, como dizia uma personagem de Shakespeare: “menos arte e mais conteúdo, por favor”.

De Festa da vitória e adeuzinho para galera, o Brasil já está cheio.

É hora de trabalho, eficiência e vergonha na cara.

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