As lutas juvenis e o I Festival das Juventudes em Fortaleza
Rosana Sousa
O I Festival das Juventudes em Fortaleza – A América Latina e as Lutas Juvenis consolidou-se como um marco na agenda política dos movimentos sociais de juventude no Brasil. Considero, aqui, quatro importantes significados desse encontro da juventude combativa do nosso país: a unificação das lutas juvenis, a referência da CUT, o papel de um governo municipal de caráter democrático e popular e o período de conquistas que vivenciamos hoje.
O Festival ocorreu de 3 a 6 de junho, na capital cearense. Reuniu cerca de cinco mil jovens das mais diversas organizações que animam a participação juvenil em todas as regiões do país. Cerca de 150 atividades desenvolveram discussões sobre os mais variados temas – América Latina, igualdade racial, feminismo, combate à homofobia, educação, condições de vida no campo e muitos outros.
A cobertura do evento pode ser encontrada na página da nossa Central – www.cut.org.br e o clipping das matérias pode ser solicitada a juventude@cut.org.br Este endereço de e-mail está protegido contra spam bots, pelo que o Javascript terá de estar activado para poder visualizar o endereço de email –, inclusive com uma galeria de fotos.
O ponto alto do I Festival foi o ato de lançamento da Plataforma das Juventudes para as Eleições 2010. Além da CUT, assinaram a UNE, MST, Marcha Mundial das Mulheres, Pastoral da Juventude do Brasil, Ubes, ABLGBT, Movimento Hip Hop Organizado e outras organizações continuam a subscrevê-la. Na mesma mesa de lançamento, estavam o presidente do Conselho Nacional de Juventude (Conjuve), o presidente do Espaço Ibero Americano de Juventude e a Secretaria Nacional de Juventude do Governo Federal.
O I Festival das Juventudes significou, em primeiro lugar, a demonstração da capacidade de organização e luta dos movimentos de juventude do nosso país.
A Plataforma dos Movimentos Juvenis é uma ferramenta para demonstrar o alcance do encontro das nossas lutas. As reivindicações das mais diversas organizações que lutam por ampliação dos direitos da juventude brasileira se encontram aqui. São jovens indígenas, negros/as, artistas, sindicalistas, estudantes, feministas, desempregados/as, trabalhadores/as rurais e sem-terra, LGBTs, ecologistas, dentre muitos e muitos outros que podem ver suas bandeiras inseridas nessa Plataforma, que pode ser vista no endereço http://migre.me/Pf7z
Em segundo lugar, o I Festival significou a consolidação da CUT como referência para o conjunto dos movimentos de juventude combativos do país. A CUT aposta na construção da unidade com os diversos movimentos sociais e organizações que são aliadas na luta pela construção de uma sociedade democrática e socialista. Por isso, a Juventude Cutista esteve presente, com representações de jovens sindicalistas de todos os ramos de atividade, filiados a nossa Central: bancários, químicos, comerciários, rurais, servidores públicos, eletricitários, metalúrgicos, saúde e seguridade social, sapateiros, têxteis, dentre outros.
A CUT compõe a coordenação do Fórum Nacional de Movimentos e Organizações Juvenis – Fonajuves. Acreditamos na importância da unificação das lutas juvenis como elemento fundamental da disputa de hegemonia na sociedade.
Em terceiro lugar, o I Festival demonstrou a importância de um governo democrático e popular comprometido com as lutas da juventude. A Prefeitura de Fortaleza e o Governo Federal garantiram toda a estrutura do evento. O governo municipal direcionou um batalhão de militantes da administração pública para garantir a logística e o bom desempenho das atividades ali realizadas. Com isso, a militância dos movimentos sociais não precisou se preocupar com credenciamento, segurança ou com os locais dos debates.
Isso só é possível em cidades administradas por governos com compromisso político com as lutas sociais. Como foi o caso de Porto Alegre ou o Pará durante as edições do Fórum Social Mundial em solo brasileiro.
Por fim, o I Festival significou a entrada unificada dos movimentos juvenis no período de ofensividade dos movimentos populares, que vivenciamos atualmente. Como bem ressaltou o representante do MST no ato realizado ali, em uma mesma semana foram lançados o Projeto Brasil (Coordenação dos Movimentos Sociais – CMS), a Plataforma da Classe Trabalhadora (centrais sindicais) e a Plataforma das Juventudes. A CUT esteve à frente de todas essas iniciativas.
É a primeira vez que os principais movimentos de juventude do país lançam uma plataforma comum direcionada a uma disputa eleitoral. Disputaremos projetos. O ano de 2010 será decisivo para que continuemos no rumo das mudanças, da superação da era neoliberal e da construção do projeto democrático e popular.
Nós, da Juventude da CUT, propusemos a entrada do Fonajuves na CMS. Será o coroamento desse período. Afinal de contas, não queremos ser um segmento à parte de um projeto de desenvolvimento. Para que o desenvolvimento seja democrático, sustentável e igualitário, precisa integrar as reivindicações da juventude brasileira, que é uma juventude trabalhadora. Somos jovens, somos fortes, somos CUT.
Rosana Sousa é secretária nacional de Juventude da CUT
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