A Virada Geracional do PT
Louise Caroline
Durante o 4º Congresso Nacional do PT, tive a oportunidade de reencontrar muitos amigos e amigas. Todos cativados na luta política do PT. Conhecemo-nos nos encontros de juventude, disputamos no Movimento Estudantil, fomos aprendendo uns com os outros a construir o PT, interferir na sociedade, ser tolerantes e defensores da diversidade.
Mas uma coisa era diferente naquele reencontro. Em vez de “as meninas e os meninos da juventude”, dessa vez éramos todos delegados e delegadas ao Congresso Nacional, representantes dos nossos estados, municípios, campos políticos. Além das boas risadas por tempos passados, trazíamos uma opção de vida consolidada a favor do PT e do socialismo no Brasil.
A possibilidade de uma pessoa comum, estudante, trabalhador( a), homem ou mulher, tornar-se dirigente do PT é uma das marcas mais flagrantes da democracia interna de nosso partido. Sou militante a favor de mais democracia interna. Percebo que muitos da cultura política personalista e eleitoralista que corrói o sistema político brasileiro obteve espaço nas fileiras do Partido dos Trabalhadores. Mas não podemos negar que apesar desses entraves, o PT é incomparavalmente o partido mais democrático do Brasil, estudado, por essas características, por pesquisadores e militantes do mundo inteiro.
Não é preciso ser descendente de líder político para ter espaço no PT. Há que ser militante. Não é preciso ter dinheiro para comprar convenções e aliados. Há que se ter umas boas histórias de sufoco e dedicação, articulação e escolhas.
A executiva do PT de Pernambuco traz algo a mais para confirmar a tese. Dos 19 membros da principal instância do Diretório Estadual, oito estão próximos dos 30 anos de idade, o mesmo tempo de vida que tem o PT. Se considerarmos os fundadores do partido aqueles que em 1980 tinham pelo menos 20 anos, concluímos que dos 19 membros, 13 não são pioneiros do Partido, pertencendo a gerações posteriores que, em grande número, aderiram ao petismo ao longo dessa história fantástica escrita pelo maior partido de esquerda do país.
A virada geracional do PT se dá em compasso, sem ruptura com nossa história e com os companheiros e companheiras que vieram antes de nós e conosco prosseguem. Deve ser compromisso dessa nova geração dirigente avançar nas vitórias que conquistamos em 30 anos, aplicando qualidade na gestão da coisa pública a favor da maioria excluída de nosso país. Mas há que, principalmente, dar fôlego à missão a favor do socialismo, aproximando a vida do PT da vida daqueles em nome de quem existimos e por cuja bandeira gerações e gerações têm oPTado.
Bom olhar pra frente e ver que haverá muitos encontros com esses queridos amigos e amigas. O PT é o partido da juventude brasileira. Feito por ela. Vida longa.
Louise Caroline, 27 anos é vice-presidente do PT de Pernambuco.