Movimento nacional dos empregados da Caixa entrega manifesto de apoio a Dilma
Documento é assinado pela Fenae, Fenacef, Fenag e Contraf/CUT. Diz que a eleição
de Dilma é garantia para a empresa seguir prestigiada e cada vez mais forte
No encontro de movimentos sociais e centrais sindicais com Dilma Roussef, realizado em São Paulo (SP) na última sexta-feira, dia 15 de outubro, as entidades representativas dos empregados da Caixa entregaram à candidata do PT à Presidência de República o manifesto “Linhas gerais para a Caixa seguir mudando”. O documento é assinado pela Fenae, Fenacef, Fenag e Contraf/CUT e posiciona-se em apoio à candidatura presidencial de Dilma Roussef, considerada a única capaz de desenvolver o Brasil aprofundando as conquistas democráticas com distribuição de renda e afirmando sua fisionomia soberana e pacífica diante do mundo.
O texto faz um comparativo de como a Caixa atuou em dois momentos distintos do cenário político-econômico do país. O primeiro mostra as mazelas perpetradas pelo governo Fernando Henrique Cardoso, entre os anos de 1995 e 2002, quando a empresa viveu sob a ameaça permanente da privatização e os trabalhadores amargaram acordos seguidos de reajuste zero. O outro momento se refere aos oito anos de governo Lula (2003 a 2010). Nesse período, diferentemente do anterior, os bancos públicos federais reassumiram funções que os tornaram imprescindíveis para o desenvolvimento nacional e para a regulação do sistema financeiro e os empregados voltaram a ser mais valorizados, com o fim da RH 008 (demissões sem justa causa) e conquistas de sucessivos aumentos reais de salários.
Para as entidades signatárias do documento, a inserção plena da Caixa no projeto de um novo Brasil, democrático e popular, requer a quebra de muitas barreiras ainda impostas à adoção de um modelo de gestão aberto à efetiva participação dos trabalhadores. O texto é claro ao dizer que o avanço no processo de democratização da gestão da empresa, “com rompimento definitivo com a cultura de rebaixamento do valor da força de trabalho e de negação do papel proativo dos trabalhadores e suas representações, requer de seus administradores desprendimento e exercício permanente do diálogo, em busca de soluções que reflitam pactos efetivos, amplos e duradouros”.
Para os próximos anos, segundo o manifesto, o maior desafio é seguir no caminho do resgate do papel da Caixa como agente de políticas públicas e banco indutor do desenvolvimento econômico e social. E acrescenta: “Isso requer não apenas sintonizar a empresa com as transformações que se referenciam em novo projeto para o Brasil, mas também com novas concepções e práticas que sejam igualmente transformadoras no plano interno, sobretudo no que se refere à democratização da gestão e à reorientação da política de recursos humanos”.
O texto lembra ainda que, apesar da Caixa ter sido reerguida como empresa a serviço do Brasil e da sociedade, vendo ampliar seu horizonte de atuação como instituição do Estado, movida por pressupostos republicanos, as dinâmicas, rotinas e processos internos da empresa estão ainda às voltas com o passado: “a política de recursos humanos caminha aos solavancos, em idas e vindas incongruentes, e o modelo de gestão apresenta limitações do ponto de vista da inovação e da democratização”.
Para começar a mudar essa realidade, o documento propõe que a Caixa rompa com discriminações e injustiças remanescentes da política de recursos humanos da época em que estava sendo desmontada para a privatização, pondo fim, por exemplo, às situações diferenciadas entre novos e antigos empregados. Também é reivindicada, de forma emergencial, uma solução para a carência de pessoal. Nesse particular, o documento aponta a necessidade de elevação do número de bancários do quadro próprio para o patamar mínimo de 100 mil trabalhadores, de modo a evitar que a defasagem de mão de obra resulte em sobrecarga de trabalho, extrapolação da jornada e deterioração das condições de saúde e vida dos bancários. Para o texto, “esse quadro torna-se ainda mais caótico quando associado a uma defasagem salarial latente, já que em oito anos de governo tucano os salários dos empregados da Caixa não foram corrigidos sequer pela inflação do período e ficaram praticamente congelados”
Para as entidades representativas dos empregados e aposentados da Caixa, a eleição de Dilma Roussef é a única garantia de que a empresa seguirá prestigiada e cada vez mais forte. O manifesto entregue à candidata lembra, inclusive, que as expectativas estão depositadas no aprofundamento das transformações impulsionadas pelo governo Lula, cabendo à Caixa avançar na superação de seus problemas estruturais, combinando modelo de gestão inovador com política decente de recursos humanos. Clique aqui para acessar a íntegra do documento.
Apoio às mudanças
O apoio à Dilma Roussef também foi aprovado por unanimidade pelas 27 Apcefs que compõem o Conselho Deliberativo Nacional (CDN) da Fenae. Em diversos estados, como no caso do Ceará, Goiás, Espírito Santo, Rio Grande do Norte e São Paulo, foram formados comitês de bancários com Dilma.
Todas essas iniciativas espontâneas de bancários visam mostrar a diferença do Brasil da era FHC para o país que emergiu em oito anos de governo Lula. No caso da Caixa, durante o governo de Fernando Henrique Cardoso (1995 a 2002), os empregados tiveram que protagonizar uma longa luta de resistência em defesa da instituição pública, de seus empregos e de suas dignidades. É preciso ter isso sempre presente, sobretudo neste momento de eleição presidencial, para que o resultado dessa disputa não traga de volta a incerteza e a insegurança no âmbito da empresa.
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